quinta-feira, 7 de junho de 2012

Apresentação

O componente curricular Racionalidades em Saúde: Sistemas Médicos e Práticas Alternativas, ministrado pela professora Dra. Anamélia Lins e Silva Franco, no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), propõe trazer à luz, práticas médicas milenares e refletir de que forma as mesmas dialogam com a chamada Medicina Ocidental.  Para tal, foi necessário entender as diferentes práticas médicas, das quais destacaremos a Medicina Ayurvédica. 
A Medicina Ocidental firmou-se como saber a partir da Revolução Industrial, quando fazia-se necessário garantir a qualidade física da mão de obra. Assim, foi dada a ela, o status de grande ciência e ao médico, o que detém todo o conhecimento referente à saúde. 
Aprimorando-se como saber, a Medicina Ocidental criou parâmetros próprios baseados na dicotomia saúde/doença, onde a existência de uma anularia a outra. Tal proposta teve aporte no Relatório Flexner, que foi o principal responsável pelo modelo de formação de médicos que, de acordo com alguns autores, nunca atendeu às necessidades de saúde onde foi implantado. (PAGLIOSA, 2008)
Neste contexto, todas as práticas médicas que não estavam inseridas nos parâmetros estabelecidos por tal relatório eram excluídas e caracterizadas como não médicas. "Se, por um lado – para o bem –, o trabalho de Flexner permitiu reorganizar e regulamentar o funcionamento das escolas médicas, por outro – para o mal –, desencadeou um processo terrível de extirpação de todas as propostas de atenção em saúde que não professassem o modelo proposto." (PAGLIOSA, 2008, p. 495)
Madel Luz, 1997, e outros autores, afirmam que a Medicina Ocidental no final do século passado já começava a dar sinal de crise, visto que ao se aproximar das altas tecnologias se afastava da arte da cura. Assim, as chamadas "Práticas Alternativas" começaram a ampliar seus espaços de ação e muitos adeptos foram surgindo, tanto no Brasil, quanto no mundo. 
No Brasil, para legitimar as práticas das terapêuticas orientais, foi instituído em 2006, o PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - o qual propõe a regulamentação das mesmas promovendo maior conhecimento, apoio e implementação no Sistema Único de Saúde - SUS -, visto que já ocorria em vários municípios da federação.

Autoras da tirinha: Maria da Conceição Ferreira e Jamile Cotinguiba

Referências:
PAGLIOSA, F.L.; DA ROS, M.A. O Relatório Flexner: Para o Bem e Para o Mal. Revista Brasileira de Educação Médica. 32(4): 492-499 - 2008. 
LUZ, MADEL T. Cultura Contemporânea e Medicinas Alternativas: Novos Paradigmas em Saúde no Fim do Século XX. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 7,1, 1997: 13;43.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília: Ministério da Saúde, 2006.  92 p. - (Série B. Textos Básicos de Saúde)

Autoras: Letícia Conceição, Thaís Bichara, Thatiane Reis e Valdete Cortes