Fitoterapia, o que é?
O termo
Fitoterapia vem do grego therapeia = tratamento
e phyton = vegetal, e é o estudo e a
utilização de plantas medicinais, ocidentais e/ou orientais, in natura ou
secas, aplicadas na cura das doenças apresentadas em drogas vegetais ou
derivadas de vegetais, nas diferentes formas, farmacêuticas sem substancias
ativas ou isoladas, comprovadas com experiência populares ou métodos
científicos.
A
Fitoterapia surgiu na China, por volta de 3000 a.C , quando o imperador Cho-Chin-Kei
descreveu as propriedades do Ginsen e da Canfora, e vem crescendo largamente a
sua utilização na forma de terapia medicinal.
Segundo
da Portaria 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde, a fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sema utilização de
substancias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
As
praticas e as pesquisas relacionadas ao cultivo e a coleta, extração,
manipulação, consumo, orientação, prescrição da fitoterapia abrangem diversos
biomas como: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Ecossistemas
Costeiros e Marinhos, Pampa e Pantanal. Varias praticas alternativas e não
convencionais utilizam a fitoterapia como forma de fornecimento de matérias-primas
e produtos vegetais nos seus tratamentos, como a Homeopatia, Termalismo, Acupuntura.
De
acordo com a legislação sanitária brasileira, os Fitoterápicos, medicamentos obtidos
de matéria-prima ativa vegetal, são validados de levantamentos
tecnocientíficos, etnofarmacológicos ou evidencias clinicas.
É caracterizado pelo conhecimento da
eficácia e dos riscos de uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de
sua qualidade. (Anvisa, RDC nº 14, de 31 de março de 2010). Porem é
importante salientar que não é considerado medicamento fitoterápico aquele que inclui
em sua composição substancias ativas isoladas, naturais ou sintéticas, nem associações
dessas com extratos vegetais. (Anvisa, RDC nº 14, de 31 de março de 2010).
Fitoterapia no Brasil
Segundo estudos realizados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% da população de países
em desenvolvimento utiliza-se de práticas tradicionais na atenção primária à
saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais (Carvalho, 2007). Com
base nisso o estudo de plantas para fins medicinais é incentivado pela OMS como
parte do programa Saúde Para Todos.
O Brasil é o país com maior biodiversidade do planeta, com
cerca de 60.000 espécies vegetais superiores catalogadas, que, associada a uma
rica diversidade étnica e cultural que detém um valioso conhecimento
tradicional associado ao uso de plantas medicinais, tendo um o potencial necessário para desenvolvimento
de pesquisas financiado tanto por setores governamentais assim como pela
iniciativa privada, com resultados em tecnologias e terapêuticas apropriadas.
Aqui no Brasil, onde as pesquisas
acadêmicas, quase em sua maioria, não são transformadas em produtos e/ou serviços
à sociedade, atende principalmente a interesses farmacêuticos, que buscam
inovações. Quase tudo o que se sabe da flora brasileira foi descoberto por estrangeiros,
que enviam suas expedições cientificas, com a finalidade de mapear e conhecer a
nossa geologia, geografia e explorar nossas riquezas naturais. E isso desde o
descobrimento, com a observação dos hábitos indígenas e das ervas que
utilizadas pelos índios. Conservar e usar a biodiversidade da natureza de forma
sustentável é um requisito muito importante para o suprimento das necessidades
alimentares e de saúde.
Nos últimos tempos tem
multiplicado o numero de noticias na mídia das vantagens do uso de
fitoterápicos, aumentando o numero de laboratórios, casas comerciais e farmácias
especializadas em manipulação de ervas. O Brasil movimenta anualmente cerca de
R$ 1 bilhão de reais no setor, que possui mais de 200 empresas. Estima-se que
mais de 80% da população brasileira utiliza produtos a base de ervas.
Fitoterapia no SUS
Segundo a PORTARIA Nº 971, DE 03 DE MAIO DE 2006, do Ministério da Saúde, a fitoterapia, além de
resgatar a cultura tradicional do uso das plantas medicinais pela população,
possibilita a ampliação do seu acesso, a prevenção de agravos e da promoção,
manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de atenção humanizada e
centrada na integralidade do indivíduo, contribuindo ao fortalecimento dos
princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde-SUS. Assim, com a publicação
da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, houve um
aumento de medicamentos fitoterápicos registrado junto a Anvisa.
As Portarias que publicadas
foram:
PNPIC (Política Nacional de
Praticas Integrativas e complementares no Sus)
Aprovada por meio da Portaria Nº.
971, de três de maio de 2006 e recomenda a implantação e implementação de ações
e serviços no SUS, com o objetivo de garantir a prevenção de agravos, a
promoção e a recuperação da saúde, com ênfase na atenção básico.
PNPMF (Política Nacional Plantas
Medicinais e Fitoterápicos)
Política aprovada por meio do
Decreto nº 5.813 de 22 de junho de 2006 que tem o objetivo de garantir o acesso
seguro e o uso correto de plantas medicinais e fitoterápicos pela população,
promover a utilização sustentável da biodiversidade brasileira e desenvolver a
indústria nacional.
Na Bahia, houve a inclusão dos medicamentos
fitoterápicos no Plano Estadual de Assistência Farmacêutica, no Decreto
11935/10 | Decreto nº 11.935 de 19 de janeiro de 2010 da Bahia. O Núcleo de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
da Bahia – FITOBAHIA, que foi criado em 2009, como objetivo de acompanhar as
ações e projetos para a implantação da fitoterapia no SUS. O Núcleo promove
ações como a criação de farmácias vivas, centrais de beneficiamento e oficinas
de capacitação para profissionais de saúde da rede nos municípios. Orientação
aos usuários do SUS sobre os medicamentos fitoterápicos, através de seminários
e campanhas.
Dois municípios já utilizam
fitoterápicos industrializados na rede do SUS: Ilhéus, que utiliza o Xarope de
Guaco e Itapetinga que utiliza oito fitoterápicos industrializados, segundo a Portaria
GM/MS nº 2.982, de 26 de Novembro de 2009. Os medicamentos são: espinheira santa, guaco, alcachofra,
aroeira, cascara sagrada, garra-do-diabo, isoflavona-de-soja e unha de gato.
Com o objetivo de realizar pesquisas etnobotanicas e
implantar medicamentos fitoterápicos no SUS, a professora e pesquisadora Maria Zélia
de Almeida, coordena o Programa de Extensão Permanente Farmácia da Terra, da
Faculdade Farmácia da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Assim o upo realiza
uma pesquisa etnobotanica no Município de São Francisco do Conde. Já foi
catalogado mais de 60 espécies de plantas, com a ajuda dos moradores.
Coma resolução da ANVISA, regulamentando, m março de 2010,
os fitoterápicos, fica estabelecido que para a fabricação de medicamentos seja necessário
notificação junto ao órgão, além bula com informação sobre o uso, contra
indicações, efeitos diversos, precauções e outras informações adicionais.
Apesar de ter também o comercio popular de ervas, é necessário ter cuidado
quanto à coleta, armazenamento e uso. Pois se pode correr o risco de ter alguma
alergia ou reação adversa, quando ingeridas de forma incorreta.
Autoras:
Jamile Maria Santos.
Graduanda em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde.
Laís Oliveira. Graduanda
em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde.
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